Bjork - Play Dead
Wednesday, December 27, 2006
Tuesday, December 26, 2006
A Banalidade do Mal
"I'm worse at what I do best" Kurt Cobain escrevia isto, não no sentido da dicotomia bom/mau, mas para dizer que é o pior no que faz melhor, no sentido em que não é bom em nada. Mas afinal, qual o ser vivo bom? Não bom em alguma coisa, como dizia o Kurt, mas simplesmente "ser bom". O que significa ser bom? Para muitos, bom será corresponder as expectativas de uma maioria. O seu bem estar. Para mim é. O que é certo é que eu muitas vezes vejo o bom mau.
Os nazis eram bons. Bons pais, bons familiares. No entanto praticavam algo que nem julgavam ser mau. O extermínio de Judeus era algo que lhes passava ao lado e, com isso, recebiam ordens fundamentadas pela necessidade do bem estar do povo germânico. No fim da Segunda Guerra, considerou-se os Nazis como os piores humanos à face da terra.
Aos Judeus foi dado um pedaço de terra para aí poderem viver em paz. Judeus, povo oprimido durante anos e anos que, supostamente, consequentemente, seria o povo mais pacifico e amável do mundo. Esse mesmo povo hoje controla toda a Palestina, com checkpoints, guetos, muros, campos de concentração para palestinianos etc.
Algumas curiosidade: as cidades são cercadas pelo muro construído pelos israelitas ficando apenas um portão que só abre duas ou três vezes ao dia num período máximo de 15 minutos. Uma mulher grávida que queira ir ao hospital para além de ter que estar sujeita ao horário de abertura do portão ainda encontra centenas de checkpoints pelo caminhos, ou seja, grupos militares israelitas que querem confirmar se os documentos dos palestinianos estão em ordem e mais coisas cheias de burocracia sem necessidade alguma. Em suma, uma viagem que se poderia fazer em 20 minutos faz-se em 6 horas com direito a gritos e ordens absurdas por parte dos soldados de Israel.
Qual destes soldados não será um bom amante, um bom marido, uma boa mulher, um bom pai, uma boa mãe? Qual deles é que não quer o melhor para si e os que o rodeiam?
Perguntou-se uma vez ao comandante que ia no avião para lançar a bomba atómica sobre Hiroshima no que pensava durante o vôo: "Não me saía da cabeça quantas prestações me faltavam para pagar o frigorífico".
Fez-se uma experiência com pessoas escolhidas a dedo para mexerem num manipulo que descarregava electricidade sobre um ser humano vivo numa cadeira eléctrica. As pessoas começavam a rodar o manípulo fazendo descargas eléctricas sobre o indivíduo lá sentado e o cientista ia dizendo "mais um pouco". Quando o ponteiro das descargas chegava à zona vermelha onde dizia perigo de morte, se o cientista dissesse "ponha um pouco mais" a maioria das pessoas dava mais descargas eléctricas sem grande preocupação.
A experiência é conhecida e a apesar de ser tudo uma simulação, quem estava a ser posto à prova não fazia a mínima ideia de que era tudo a fingir.
Dizem-me, eu seria incapaz... mas pergunto-me: quantos de nós já não entrou em depressão por, por exemplo, vermos acabado um namoro de que tanto gostávamos? Quantos de nós pensamos nessa altura, eu serei incapaz de fazer isto a alguém porque é desumano. Quantos de nós, depois de vivida a depressão, fizemos alguém entrar em depressão? Não conheço ninguém a quem isto tenha escapado.
Quantos de nós nos consideramos aptos para fazer o bem?
Os nazis eram bons. Bons pais, bons familiares. No entanto praticavam algo que nem julgavam ser mau. O extermínio de Judeus era algo que lhes passava ao lado e, com isso, recebiam ordens fundamentadas pela necessidade do bem estar do povo germânico. No fim da Segunda Guerra, considerou-se os Nazis como os piores humanos à face da terra.
Aos Judeus foi dado um pedaço de terra para aí poderem viver em paz. Judeus, povo oprimido durante anos e anos que, supostamente, consequentemente, seria o povo mais pacifico e amável do mundo. Esse mesmo povo hoje controla toda a Palestina, com checkpoints, guetos, muros, campos de concentração para palestinianos etc.
Algumas curiosidade: as cidades são cercadas pelo muro construído pelos israelitas ficando apenas um portão que só abre duas ou três vezes ao dia num período máximo de 15 minutos. Uma mulher grávida que queira ir ao hospital para além de ter que estar sujeita ao horário de abertura do portão ainda encontra centenas de checkpoints pelo caminhos, ou seja, grupos militares israelitas que querem confirmar se os documentos dos palestinianos estão em ordem e mais coisas cheias de burocracia sem necessidade alguma. Em suma, uma viagem que se poderia fazer em 20 minutos faz-se em 6 horas com direito a gritos e ordens absurdas por parte dos soldados de Israel.
Qual destes soldados não será um bom amante, um bom marido, uma boa mulher, um bom pai, uma boa mãe? Qual deles é que não quer o melhor para si e os que o rodeiam?
Perguntou-se uma vez ao comandante que ia no avião para lançar a bomba atómica sobre Hiroshima no que pensava durante o vôo: "Não me saía da cabeça quantas prestações me faltavam para pagar o frigorífico".
Fez-se uma experiência com pessoas escolhidas a dedo para mexerem num manipulo que descarregava electricidade sobre um ser humano vivo numa cadeira eléctrica. As pessoas começavam a rodar o manípulo fazendo descargas eléctricas sobre o indivíduo lá sentado e o cientista ia dizendo "mais um pouco". Quando o ponteiro das descargas chegava à zona vermelha onde dizia perigo de morte, se o cientista dissesse "ponha um pouco mais" a maioria das pessoas dava mais descargas eléctricas sem grande preocupação.
A experiência é conhecida e a apesar de ser tudo uma simulação, quem estava a ser posto à prova não fazia a mínima ideia de que era tudo a fingir.
Dizem-me, eu seria incapaz... mas pergunto-me: quantos de nós já não entrou em depressão por, por exemplo, vermos acabado um namoro de que tanto gostávamos? Quantos de nós pensamos nessa altura, eu serei incapaz de fazer isto a alguém porque é desumano. Quantos de nós, depois de vivida a depressão, fizemos alguém entrar em depressão? Não conheço ninguém a quem isto tenha escapado.
Quantos de nós nos consideramos aptos para fazer o bem?
Wednesday, December 20, 2006
É Natal?
Sei que estamos perto do Natal. Em férias perco a noção dos dias. Não sei se estamos durante a semana ou se estamos no fim de semana, muito menos sei se hoje é dia 18, 19, ou 20. Pronto, vá lá, hoje sei que é dia 21 porque fui ver ao calendário do computador, já que estava aqui a dizer barbaridades achei por bem hoje distinguir-me dos outros dias e satisfazer a minha não-curiosidade de saber que dia é hoje. Mas pronto, mesmo que não tivesse visto saberia com toda a certeza que o dia de Natal se aproxima.
Todos os anos é sempre a mesma coisa. Músicas antigas que substituem a palavra love porChristmas, acrescentadas com sininhos e guizinhos, os filmes que dão desde que me lembro na televisão intervalados pelos anúncios mais incríveis. (sempre cheios de neve e barretes do Pai Natal: os meus preferidos são sem dúvida os da Moviflor) tentando mostrar qual a melhor prenda a comprar no natal, e a cereja (ou azevinho, já que estamos todos dentro do espírito), as luzes e as músicas que estão na rua que eu quase que ia jurar que foram sempre as mesmas desde que nasci. Adoro as mensagens de paz que tentam passar nesta altura. Não sabia que a paz tinha de ser tão pouco criativa...
Por falar em paz, adoro o ar pacifico e pacifista das pessoas que andam a fazer as compras natalícias ao som da célebre música, que sem a qual nos shoppings e hipermercados não era natal, "a todos um bom natal" (considerada pelo meu pai, uma música com mensagens subliminares que obriga as pessoas a gastar dinheiro compulsivamente, o que eu acredito piamente).
Todos os anos é sempre a mesma coisa. Músicas antigas que substituem a palavra love por
Por falar em paz, adoro o ar pacifico e pacifista das pessoas que andam a fazer as compras natalícias ao som da célebre música, que sem a qual nos shoppings e hipermercados não era natal, "a todos um bom natal" (considerada pelo meu pai, uma música com mensagens subliminares que obriga as pessoas a gastar dinheiro compulsivamente, o que eu acredito piamente).